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PSICOPEDAGOGIA
LÍNGUA PORTUGUESA COMPLICADA
(Prof. Jairo Gonçalves – BH/26/Junho/2020.
A Língua Portuguesa é complicada. É difícil distinguir acentos de assentos, porque, em muitos casos, nem a grafia do que se grafia, e muito menos a pronúncia do que se pronuncia, ajudam.
Entre doidos e doídos, o acento agudo não distingue, nem resolve. Compramos carne usando carnê. Saboreamos manga e não manga. Usamos manga e luva bem diferentes da manga e luva dos encanamentos. Quem baba na mama é o bebê que mama, não a babá que bebe. Os bebês não distinguem coco de cocô. Entre cágado e ------, o acento é necessário para não ofender o bichinho e o vaso não ser mera decoração. Ela não se medica, vai à médica. Falar com a secretária na secretaria. Nem toda romã é de Roma. Meus pais nasceram no mesmo país. Há estado que não é Estado. Maio e maiô não tem semelhanças. A sábia sabia mais que sabiá. A pele de Pelé. Camelo e camelô são diferentes. Aquela fábrica fabrica produtos de limpeza. Tudo que ele musica vira música. Mas, é muito diferente de más. Sem não é cem; sem des é muito menos que cem dez. Tudo que valido se torna válido. Amém para que eles se amem. Jesus mandou que nos amássemos e não que nos amassemos. Cuidado com a pronúncia do que se pronuncia. O cumprimento ganhou comprimento na atual Pandemia. Na sexta, minha sesta, Cesta grande. Quem casa quer casa longe de casa. A casa do botão arrebentou. É a primeira vez que tu o vês. Não taxar muito alto a taxa da tacha; não matar a tachá. Asso o cervo na panela de aço; servido pelo servo. Cassar o direito de caçar. Portanto, a cerração impediu a serração, por tanto nevoeiro. Atrasou o concerto por causa do conserto. Só passa pela porta quem porta documentos. Passas por aqui porque gostas de passas. Não pôde entrar; agora pode. Empossar pode ser parecido com empoçar. Mulher vivida e vívida. A profetiza, profetisa. Calça, a gente bota; bota, a gente calça; até o agente. O Direito do direito é problemático; o direito do anzol é ser torto. Se eu hesito entre sem e cem, e entre despreparo e preparo dez, não terei êxito. Um computador que não computa dor e um coordenador que não coordena dor. O pão novinho estava no vinho. Língua portuguesa não é língua de sogra; nem língua solta. Um Professor de Geografia, irritado com o riso contínuo de uma aluna, gritou: “Ei, fulana, eu disse Vacaria e não vaca ria!” (Perdeu o emprego. Antes estivesse falando sobre Portaria). Mas, pior aconteceu com o Pastor que discursava sobre Fé e União e não entendeu a movimentação geral dos ouvintes que, cabisbaixos, apertaram as narinas no instante em que ele, achando que a palavra Fé tinha plural, disse: “Precisamos unir as nossas Féses”. Pior ainda aconteceu comigo, ao dizer: “O anjo anunciou que a Virgem Maria teria um filho, o que, na lógica dela, lhe pareceu impossível”. Basta? “Pé” de: gente, vento, árvore, briga, tomar, andar, vento. “Andar”: a pé, de pé, carro, trem, ônibus, prédio, sozinho. “Dente” de: alho, leite, serra, cariado. “Copo” de: leite, água, vidro, flor. “Revista” de: ler, revistar. “Canto” de: casa, mesa, rua, coral. “Porta”: bandeira, jóia, documentos, vassoura, madeira, ferro. “Boca” de: gente, urna, fumo, rica, siri. Os nomes Lucimar, Marcelo, Márcia... tem água salgada (Mt 5:13; Cl 4:6). “Mar” de: água, lama, sangue, lágrimas. “Água”: potável, côco, mineral, cheiro, rás, rasa, branca, bica, chuva, montanha. “Rio” de: Janeiro, das Velhas, Branco, Preto, Negro, Negrinho, Paranaíba, Comprido... de dinheiro, riso. Parei!. “Obrigado” (sem briga e sem gado).
(Prof. Jairo Gonçalves – Mestre em Psicologia da Educação e Língua Portuguesa [pela PUC/Minas 1972-1999]; Bacharel em Teologia [STBSB/RJ-1958]).